Plutão
Astronômico
Plutão foi descoberto em 1930 e até 2006 era considerado o nono planeta do sistema solar, após uma votação realizada por astrônomos da União Astronômica Internacional Plutão foi reclassificado com planeta-anão. Apesar de muitos astrônomos defenderem que este corpo celeste é planeta apenas uma nova votação o recolocará nesse “posto”.
É considerado o maior objeto conhecido do Cinturão de Kuiper, região de corpos celestes localizados depois da órbita de Netuno. É composto de rocha e gelo. As características de sua órbita fazem com que periodicamente esteja mais próximo do Sol do que Netuno.
Caronte, Estige, Nix, Cérbero e Hidra são os seus satélites naturais conhecidos até o momento.
Em 2015 a sonda New Horizons sobrevoou Plutão e coletou informações detalhadas do planeta-anão e seus satélites.
A órbita de Plutão ao redor do Sol é de aproximadamente 248 anos e possui características atípicas de inclinação e excentricidade. Desde que foi descoberto ainda não completou uma volta, o que só ocorrerá em 2178. O período de rotação é equivalente a 6,39 dias terrestres e assim como Urano gira de lado em relação ao seu plano orbital.
Astrológico
Apesar de ter sido reclassificado pelos astrônomos como um planeta-anão, Plutão mantém sua importância no mundo da astrologia, permanecendo como um dos planetas influentes. Ele é considerado o regente natural do signo de Escorpião e da casa 8 no mapa astrológico.
Devido à sua órbita irregular, que leva cerca de 248 anos para completar uma volta ao redor do Sol, ele permanece em cada signo por períodos que variam de 12 a 32 anos. Essa lentidão faz com que seja classificado como um planeta geracional.
Na Astrologia o símbolo de Plutão é representado pelo círculo do espírito que paira sobre a meia-lua da Alma e cruz da matéria.
Este planeta representa transformação e regeneração, exercendo sua influência em níveis subterrâneos e subconscientes. Sua presença em um mapa astrológico pode desencadear mudanças profundas e restauradoras.
Segundo a astróloga norte-americana Donna Cunningham, autora do livro Plutão no seu Mapa Astrológico, “os temas que se pode esperar com os posicionamentos de Plutão são culpa, ressentimento, o desejo de controle, de vingança ou de magoar. No entanto, ninguém procura vingança sem estar profundamente ofendido…”
Ele simboliza o submundo e as profundezas físicas e psíquicas. É responsável por novos começos, renascimento e crescimento.
Um Plutão ativo pode despertar o desejo por controle e poder, levando à necessidade de transformação e evolução.
Ao enfrentarmos nossa própria vulnerabilidade, podemos ser impelidos a controlar tudo o que está associado à área de Plutão com crueldade e deslealdade, como uma forma de proteção. No entanto, essa energia também oferece a oportunidade de descobrir nossa própria força e grandeza interior.
Plutão nos desafia a abandonar o que já não serve mais, seja relacionamentos, ideias ou aspectos de nós mesmos. Seus trânsitos convidam a explorar o mais profundo das emoções, oferecendo oportunidades de crescimento e transformação.
Em resumo, Plutão nos conecta à nossa essência espiritual mais profunda, desafiando-nos a transcender e emergir mais autênticos e alinhados com nossa verdadeira essência. Seu ciclo de influência oferece oportunidades para renovação, transformação e crescimento interior.
Durante estes trânsitos, somos convidados a mergulhar nas profundezas de nossa psique, liberando o que já não nos serve e permitindo o florescimento do novo. São períodos desafiantes que nos lembram do poder interno que possuímos e nos incentivam a abraçar a responsabilidade por nossa própria transformação.
A energia de Plutão pode se manifestar de maneiras diversas em diferentes áreas da vida, dependendo de sua posição no mapa astrológico. Ele nos incita a explorar profundamente os aspectos de nós mesmos e da realidade que podem estar escondidos, levando-os à luz para serem transformados.
Sob a influência de Plutão, pode-se experimentar intensidade emocional, levando a confrontos com nossas próprias fraquezas e desejos mais profundos. Esta energia pode desencadear comportamentos ciumentos e possessivos, exigindo uma jornada de autoconhecimento e autoaceitação.
Nestes momentos, somos desafiados a enfrentar e aceitar nossas emoções mais desconfortáveis, encontrando assim verdadeira transmutação e cura. Esses períodos também podem provocar renovações nos relacionamentos, nos incentivando a deixar para trás conexões que já não são mais benéficas para nosso crescimento pessoal.
Entradas e saídas de Plutão em cada signo. Levando em conta os períodos de retrogração em que as transições entre os signos podem durar vários anos.
Ao usarmos a energia de Plutão de maneira correta, percebemos que somos capazes de administrar nosso próprio universo, assumindo a responsabilidade por nossas ações e direção. Isso nos permite alcançar objetivos que, de outra forma, seriam considerados improváveis ou impossíveis.
A posição de Plutão em uma casa astrológica pode indicar uma necessidade de explorar a fundo aquele setor específico da vida. Esse mergulho na alma pode ajudar a desenterrar e transformar aspectos ocultos e velados, levando-os à luz. No entanto, essa jornada pode exigir enfrentar nossos demônios interiores, especialmente se Plutão estiver presente em uma casa que revela o que pode estar podre em nós.
Durante sua fase de retrogradação é comum se revisar e corrigir questões relacionadas ao poder, sexo e magia. Este período pode revelar segredos e induz a um ressurgimento daquilo que estava oculto e esquecido, oferecendo a chance de experienciar um novo começo e crescimento pessoal.
É uma ocasião de revisão profunda, onde questões ocultas podem emergir, em que muitas vezes revelam comportamentos anteriormente desconhecidos.
É um momento para uma limpeza emocional e espiritual, no qual podemos nos libertar de padrões destrutivos e abraçar uma nova visão de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.
Ou seja, Plutão nos presenteia com oportunidades para renovação, transmutação e renascimento. Ele nos convida a explorar as profundezas de nossa alma, a abraçar nossa força interior e a nos alinharmos com nossa verdadeira essência espiritual. Ao enfrentarmos seus desafios emergimos mais autênticos, mais fortes e mais conectados com nossa essência mais profunda.
Um Plutão muito ativo pode demonstrar um desejo insaciável de controle e poder, e muitas vezes anseia pela destruição. A sua posição no mapa astral pode revelar muito sobre a natureza humana e como lidamos com as emoções extremas.
Ao encarar a nossa própria vulnerabilidade, podemos ser levados a controlar tudo o que acontece na área de Plutão com crueldade e deslealdade, movidos pelo medo de sermos destruídos. Esse impulso pode parecer estranho e sem explicação, mas também pode ser uma oportunidade para descobrir nossa própria força e grandeza.
Plutão se manifesta provocando a necessidade de mudanças profundas. Este impulso nos encoraja a superar velhas formas de vida e abrir caminho para algo novo – para o crescimento e a evolução futura. É crucial lembrar que tudo o que é novo eventualmente envelhecerá e se tornará obsoleto, devendo ser abandonado.
Essa energia é transformadora e todos que se entregam a esta experiencia podem se tornar incentivadores de mudanças significativas no mundo. Para Puiggròs, “Plutão separa para unir”
Plutão na Mitologia: O Deus do Submundo
Plutão é filho de Saturno e de Reia e irmão de Júpiter e Netuno. Quando Júpiter destituiu seu pai do trono dividiu o Universo com os seus irmãos cabendo a Plutão, o Submundo, também conhecido como reino de Hades.
É uma figura intrigante e poderosa. É o deus do submundo, responsável por governar sobre os mortos e tudo o que está associado à vida após a morte.
Plutão era o irmão mais velho de Zeus (ou Júpiter, na mitologia romana) e de Poseidon (ou Netuno, na mitologia romana), formando a tríade dos grandes deuses do Olimpo. Os três irmãos dividiram o universo entre si.
Sua morada era o reino sombrio conhecido como Hades, onde os espíritos dos mortos vagavam em uma existência pálida e sombria. Ele era retratado como um deus austero e impiedoso, temido por mortais e imortais igualmente.
Por vezes, ele é descrito como um deus sombrio, mas não malévolo, simplesmente cumprindo seu papel como guardião do reino dos mortos. Sua esposa era Perséfone (ou Prosérpina), a quem ele sequestrou para ser sua rainha no submundo.
Os mitos relacionados a Plutão frequentemente exploram temas de morte, renascimento e os mistérios do submundo. Ele era temido, mas também reverenciado, pois sua influência sobre a vida após a morte era inegável.
Além disso, Plutão desempenhava um papel importante nos rituais funerários e na psique dos antigos gregos e romanos. Sua figura imponente e seu reino sombrio inspiraram respeito e fascínio ao longo dos séculos.
Hoje, ao explorarmos a figura de Plutão na mitologia, podemos refletir sobre a complexidade da morte e do renascimento, bem como sobre nossa própria relação com o desconhecido e o além. Plutão permanece como um símbolo poderoso de mistério e transcendência, convidando-nos a contemplar os segredos do submundo e as profundezas da alma humana.
Fontes:
CASTRO, MARIA EUGÊNIA DE. Astrologia e as dimensões do ser. Rio de Janeiro. Campus, 2001.
CUNNINGHAM, DONNA. Plutão no seu Mapa Astrológico
GAMMON, MARGARET H.. A Astrologia e as leituras de Edgar Cayce.São Paulo. Pensamento.
RIBEIRO, ANNA MARIA DA COSTA. Conhecimento da Astrologia: manual completo. Rio de Janeiro. Novo Milênio. 1996.
SCHULMAN, MARTIN. Planetas retrógrados. Astrologia Cármica II. São Paulo. Ágora.
Maup van de Kerkhof, “Plutão: O Deus Romano do Submundo.” https://historycooperative.org/pluto-god/